A chegada de Carlo Ancelotti à Seleção Brasileira recebe o aval entusiasmado de Paulo Roberto Falcão, que compartilhou vestiário com o italiano na Roma entre 1980 e 1985.
Em entrevista exclusiva, o ex-jogador brasileiro revela facetas pouco conhecidas da personalidade do novo técnico da Seleção, destacando sua humildade inabalável mesmo após conquistar títulos nos maiores clubes do mundo. “É um cara espetacular, não mudou absolutamente nada. Ele não é afetado por tudo o que ganhou”, afirma Falcão, que manteve contato regular com Ancelotti ao longo das décadas.
O catarinense destaca a capacidade do italiano em “desmontar problemas” com bom humor e liderança serena, qualidade herdada do lendário técnico Nils Liedholm, que comandou ambos na Roma. Esta habilidade pode ser crucial no atual contexto da CBF, marcado por turbulências institucionais. Falcão revela ainda a antiga conexão de Ancelotti com a cultura brasileira e seu estilo de liderança baseado no diálogo: “Ele pergunta mesmo, tem o diálogo, não é o dono da verdade, apesar de ter a capacidade de ser”.
Sobre a construção da equipe para a Copa de 2026, especialmente considerando a situação de Neymar, o ex-jogador pondera que o talento do astro é inegável, mas insuficiente sem condicionamento físico adequado: “Torço para que ele consiga entender que o futebol, além da qualidade, além da inspiração, é muita transpiração”. Com a experiência de quem conhece Ancelotti há mais de quatro décadas, Falcão demonstra confiança no sucesso do italiano no comando da Seleção Brasileira, destacando sua capacidade de adaptação e o entusiasmo do treinador com o novo desafio.
A chegada de Carlo Ancelotti ao comando da Seleção Brasileira despertou entusiasmo em uma figura emblemática do futebol nacional: Paulo Roberto Falcão. Aos 71 anos, o ex-jogador que compartilhou vestiário com o italiano durante toda sua passagem pela Roma (1980-1985) enxerga no novo técnico da Seleção as características essenciais para superar os desafios que o Brasil enfrenta atualmente.
Em entrevista exclusiva, Falcão revelou aspectos da personalidade de Ancelotti que raramente aparecem nas coberturas esportivas convencionais. “É um cara espetacular, não mudou absolutamente nada. Ele não é afetado por tudo o que ganhou”, afirmou o catarinense, destacando a humildade como traço marcante do treinador de 65 anos, mesmo após conquistar títulos em praticamente todos os grandes clubes por onde passou.
A relação entre os dois começou em 1980, quando ambos chegaram à Roma quase simultaneamente – Falcão vindo do Internacional e Ancelotti transferido do Parma. O brasileiro destaca que, desde então, mantiveram contato regular, com visitas frequentes aos clubes onde o italiano trabalhou ao longo de sua vitoriosa carreira.
“Ele trata todo mundo da mesma maneira”, ressalta Falcão, apontando essa característica como fundamental para o sucesso de Ancelotti em diferentes culturas futebolísticas. Segundo o ex-jogador, o bom humor e a capacidade de diálogo do italiano serão ferramentas valiosas para enfrentar as situações espinhosas que certamente surgirão no comando da Seleção.
Liderança e capacidade de adaptação
Um dos pontos mais interessantes revelados por Falcão é a habilidade de Ancelotti em “desmontar problemas” – qualidade que teria herdado de Nils Liedholm, lendário técnico sueco que comandou ambos na Roma. “É uma liderança que vejo no Carlo. Ele tem essa capacidade de desmontar qualquer problema na hora, faz as pessoas rirem apesar de um assunto sério”, explica.
Essa característica pode ser decisiva no atual contexto da Seleção Brasileira, que enfrenta não apenas desafios técnicos e táticos, mas também um ambiente institucional turbulento na CBF. A capacidade de gerenciar crises com tranquilidade é vista por Falcão como um diferencial do italiano.
Quanto à adaptação ao formato de trabalho em seleções, com períodos curtos de treinamento, o ex-jogador acredita que Ancelotti saberá tirar proveito da situação. “Tudo na vida tem prós e contras. Na seleção brasileira, ele escolhe os jogadores que ele quer para fazer o esquema que ele quer. Em clubes, muitas vezes, não é possível”, analisa.
Conexão com o Brasil e estilo de liderança
Falcão revela que a ligação de Ancelotti com o Brasil vem de longa data. “Ele conhece, gosta do Brasil, gosta do futebol brasileiro. Quando cheguei à Itália, lembro que ele cantava para mim a música do ‘Meu Amigo Charlie Brown’, do Benito di Paula”, conta, ilustrando como o italiano sempre demonstrou interesse pela cultura brasileira.
Um aspecto que chama atenção no depoimento de Falcão é a descrição do estilo de liderança de Ancelotti. “Ele pergunta mesmo, tem o diálogo, não é o dono da verdade, apesar de ter a capacidade de ser”, revela o ex-jogador, mencionando uma experiência recente quando visitou o técnico no Real Madrid, durante as quartas de final da Liga dos Campeões contra o Manchester City.
Essa abertura ao diálogo e capacidade de ouvir diferentes perspectivas pode ser fundamental para estabelecer uma relação produtiva com os jogadores brasileiros, conhecidos por seu talento individual e criatividade.
Expectativas para a Copa de 2026
Com a Copa do Mundo de 2026 se aproximando, a grande questão que paira sobre a Seleção Brasileira é como Ancelotti construirá o time, especialmente considerando a situação de Neymar, que enfrenta problemas de lesões recorrentes.
Sobre esse tema, Falcão preferiu a cautela: “Essa é uma situação que depende dele, depende do Neymar. Ele tem toda a potência. Ele tem que querer.” O ex-jogador reconhece o talento inegável de Neymar, mas pondera que “só isso não basta. Tem que ter condicionamento físico, tem que ter uma intensidade que o futebol exige, mesmo tendo muito talento.”
Para Falcão, o sucesso de Ancelotti na Seleção Brasileira parece inevitável, dadas suas qualidades pessoais e profissionais. “Torço para que ele possa fazer um bom trabalho, e certamente vai fazer”, conclui, demonstrando confiança no potencial do velho amigo para reconduzir o Brasil ao topo do futebol mundial.
