Jorge Jesus livre no mercado reacende debate sobre comando da Seleção Brasileira

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São Paulo, 03 de maio de 2025 – A recente demissão de Jorge Jesus do comando técnico do Al Hilal da Arábia Saudita adicionou um novo capítulo à novela que se tornou a busca da CBF por um treinador para a Seleção Brasileira.

O português, que teve uma passagem marcante pelo Flamengo em 2019, agora está livre no mercado e automaticamente seu nome voltou a circular com força nos bastidores da entidade máxima do futebol brasileiro.

Temporada abaixo das expectativas na Arábia Saudita

A saída de Jorge Jesus do clube saudita não chega a surpreender, considerando a campanha abaixo das expectativas na atual temporada. Após conquistar o Campeonato Saudita de forma invicta na temporada anterior, estabelecendo um recorde de vitórias consecutivas, o Al Hilal enfrentou muitas dificuldades em 2024/25.

O time foi eliminado por um adversário tecnicamente inferior na Copa do Rei Saudita (equivalente à Copa do Brasil) e caiu nas semifinais da Champions Asiática para o rival Al Nassr, equipe de Cristiano Ronaldo, Roberto Firmino e Ibañez, sendo amplamente dominado e perdendo por 3 a 1.

No Campeonato Saudita, faltando cinco rodadas para o fim da competição, o Al Hilal encontra-se seis pontos atrás do líder Al-Ittihad, clube que conta com jogadores como Benzema e o brasileiro Fabinho. Com este cenário, o time caminhava para encerrar a temporada apenas com o título da Supercopa Saudita.

Além do desempenho esportivo, outro fator que teria pesado para a demissão seria o incômodo da diretoria do Al Hilal com as constantes manifestações de Jorge Jesus sobre seu interesse em comandar a Seleção Brasileira, o que demonstraria falta de comprometimento com o projeto do clube saudita.

Jorge Jesus fora do Mundial de Clubes

Com a demissão, Jorge Jesus não comandará o Al Hilal no Mundial de Clubes da FIFA, competição para a qual o time está classificado e integrará o mesmo grupo do Real Madrid. Esta situação elimina um possível obstáculo para sua contratação pela CBF, já que agora o treinador está completamente livre para assumir um novo desafio.

Sem vínculo empregatício, o português não teria mais multa rescisória a ser paga, o que simplificaria uma eventual negociação com a Seleção Brasileira. No entanto, segundo apurações de bastidores, outros fatores podem complicar sua chegada ao comando da equipe pentacampeã mundial.

Reservas internas na CBF

Apesar de estar livre no mercado, informações de bastidores indicam que Jorge Jesus não seria necessariamente o favorito dentro da CBF neste momento. Segundo o jornalista Bruno Formiga, que divulgou informações em programa da TNT Sports, a chance do português assumir o comando técnico da Seleção seria “quase nula”.

Dois fatores principais pesariam contra Jorge Jesus: o primeiro seria o nível de exigências que o treinador costuma fazer, o que geraria um desgaste nas negociações, especialmente num cenário onde ele se veria como a principal ou talvez única opção viável. O segundo seria uma preocupação com sua capacidade de relacionamento, considerada “explosiva” com alguns jogadores, o que poderia gerar problemas no grupo.

Vale ressaltar que, apesar desses pontos contrários, o curto período até a Copa do Mundo de 2026 (menos de um ano para a estreia) poderia minimizar o impacto desses potenciais problemas de relacionamento, já que não haveria tempo para um desgaste a longo prazo.

Carlo Ancelotti volta ao radar?

Jorge Jesus livre no mercado reacende debate sobre comando da Seleção Brasileira, Ancelotti recusa proposta da CBF e deixa Seleção Brasileira em situação crítica

Em meio a essa situação, uma informação surpreendente surgiu nos bastidores: a CBF ainda não teria desistido completamente de Carlo Ancelotti. Apesar de declarações informais anteriores indicando que a entidade havia abandonado a ideia de contratar o italiano, existe a esperança de que, caso o Real Madrid perca matematicamente a chance de ser campeão espanhol (atualmente está quatro pontos atrás do Barcelona, faltando quatro jogos), Ancelotti poderia deixar o clube e estar disponível para assumir a Seleção Brasileira ainda a tempo da data FIFA de junho.

Nesse cenário hipotético, Ancelotti poderia comandar a convocação no dia 26 de maio, data limite para o anúncio da lista. No entanto, essa possibilidade parece mais um desejo do que uma realidade concreta, considerando que o Real Madrid ainda tem chances matemáticas no Campeonato Espanhol e que o próprio Ancelotti não deu sinais públicos de que abandonaria o clube antes do término de seu contrato.

Abel Ferreira segue como opção

Outro nome que continua no radar da CBF é Abel Ferreira, atual técnico do Palmeiras. O português, que vem realizando trabalho de destaque no clube paulista desde 2020, também é cotado para o cargo, mas existem dúvidas sobre seu interesse.

Segundo o jornalista Mauro Betting, Abel já teria manifestado que aceitaria treinar a seleção de Portugal, mas não a do Brasil. Além disso, o treinador parece estar em momento de plena sintonia com o Palmeiras, tendo recebido recentemente os reforços que solicitou, montando um elenco equilibrado e forte em todas as posições.

Esta situação tornaria ainda mais complicada uma possível saída de Abel para a Seleção Brasileira, principalmente considerando que o Palmeiras disputará o Mundial de Clubes da FIFA em junho.

O paradoxo de um ano da Copa

A situação da Seleção Brasileira é, no mínimo, inusitada. Faltando menos de um ano para a Copa do Mundo de 2026, o Brasil ainda não definiu quem será seu treinador, o que compromete qualquer planejamento de médio prazo visando a competição.

É importante lembrar que Tite, técnico que comandou o Brasil nas Copas de 2018 e 2022, havia avisado com antecedência, em fevereiro de 2022, que não continuaria após o Mundial do Qatar. Isso, teoricamente, daria tempo suficiente para a CBF planejar sua sucessão, o que evidentemente não ocorreu.

A demora na definição do novo treinador é sintomática dos problemas de gestão enfrentados pela entidade, que sob o comando de Ednaldo Rodrigues parece estar mais preocupada com questões políticas do que com o planejamento esportivo da principal seleção do país.

Definição para breve?

Com Jorge Jesus livre no mercado, Abel Ferreira como opção de difícil concretização e Carlo Ancelotti como um sonho cada vez mais distante, a CBF precisa tomar uma decisão rapidamente. A próxima data FIFA se aproxima, e a Seleção Brasileira não pode continuar sem um comando definido.

A questão que fica é se a entidade optará por Jorge Jesus, apesar das reservas internas, ou se buscará outras alternativas ainda não ventiladas publicamente. De qualquer forma, é fundamental que essa novela chegue ao fim o quanto antes, para que o Brasil possa finalmente começar a se preparar adequadamente para a Copa do Mundo de 2026.

O torcedor brasileiro, que já enfrenta a maior seca de títulos mundiais da história (desde 2002), merece um projeto consistente e bem estruturado. E isso começa, necessariamente, pela definição do comando técnico.


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