A Difusão Vermelha da Interpol agora conta com sete brasileiras entre os 72 nacionais procurados internacionalmente, com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) sendo a mais recente adição à lista.
Condenada a 10 anos de prisão pelo STF por invasão de dispositivo eletrônico com auxílio de hacker, Zambelli deixou o Brasil após anunciar publicamente sua saída para os Estados Unidos e posteriormente Itália, onde possui cidadania.
O ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão preventiva na quarta-feira (4). Além da parlamentar, a lista inclui Heloisa Gonçalves Duque Soares Ribeiro, conhecida como “Viúva Negra”, procurada por homicídio e tortura após ser condenada pela morte de um de seus cinco companheiros; Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos, suspeita de envolvimento no assassinato de dois líderes do PCC;
Thaynara Caroline Pereira dos Santos, procurada pela Argentina por associação criminosa e fraudes com cartões; Marcia Liziane da Costa Vieira, gaúcha foragida por furtos; Rosirene Vieira, paranaense procurada por tráfico internacional de drogas; e Silvana Seidler, acusada de homicídio qualificado e ocultação de cadáver da própria filha de 7 anos em Santa Catarina.
A inclusão na lista vermelha funciona como alerta para forças policiais de 195 países, que podem deter provisoriamente as procuradas até que se complete um processo formal de extradição, embora a cidadania italiana de Zambelli possa complicar seu eventual retorno forçado ao Brasil.
Deputada federal é o nome mais recente entre as procuradas internacionalmente por crimes que incluem homicídio, tráfico e fraudes.
A Difusão Vermelha da Interpol, mecanismo internacional que alerta sobre foragidos da justiça ao redor do mundo, conta atualmente com 72 brasileiros em sua lista. Entre esses nomes, sete são mulheres procuradas por crimes de naturezas diversas, desde invasão de dispositivos eletrônicos até homicídio qualificado e tráfico internacional de drogas.
A notícia mais recente e de maior repercussão é o da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), incluída na lista após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A parlamentar, que deixou o Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão por invasão de dispositivo eletrônico, teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes na quarta-feira (4).
As sete brasileiras procuradas pela Interpol
Carla Zambelli
A deputada federal foi condenada pelo STF por invasão de dispositivo eletrônico com auxílio de hacker. Segundo a denúncia, ela teria ordenado a Walter Delgatti a inclusão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli anunciou publicamente que deixou o Brasil na terça-feira (3), afirmando inicialmente estar nos Estados Unidos com destino à Itália, país onde possui cidadania.
Heloisa Gonçalves Duque Soares Ribeiro – A “Viúva Negra”
Nascida em 13 de março de 1950, Heloisa é uma das criminosas brasileiras mais notórias na lista da Interpol. Conhecida pelo apelido de “Viúva Negra”, ela foi condenada pelo assassinato de um de seus cinco companheiros. A organização internacional a procura pelos crimes de homicídio e tortura, em um caso que ganhou ampla repercussão no Brasil.
Maria Jussara da Conceição Ferreira Santos
Incluída na lista vermelha em 2018, Maria Jussara nasceu em 7 de fevereiro de 1973 e é procurada por integrar uma organização criminosa. As autoridades a consideram suspeita de envolvimento no assassinato de dois líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país.
Thaynara Caroline Pereira dos Santos
A mais jovem do grupo, Thaynara nasceu em 27 de julho de 1996 e está sendo procurada a pedido das autoridades argentinas. Segundo o site oficial da Interpol, ela é foragida por associação criminosa e fraudes envolvendo cartões de débito e crédito.
Marcia Liziane da Costa Vieira
Natural de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, Marcia nasceu em 20 de setembro de 1985. Ela integra a lista vermelha da Interpol por crimes relacionados a furtos, sendo procurada internacionalmente pelas autoridades.
Rosirene Vieira
Nascida no Paraná em 28 de fevereiro de 1976, Rosirene tem 1,60m de altura e olhos castanhos. Ela é procurada internacionalmente por envolvimento em tráfico internacional de drogas, crime que frequentemente resulta em penas severas em diversos países.
Silvana Seidler
A gaúcha nascida em 13 de outubro de 1966 é procurada por um crime que chocou Santa Catarina: homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Segundo a Polícia Civil catarinense, Silvana é acusada de ter assassinado a própria filha de 7 anos em 2015. O corpo da criança foi encontrado em uma caixa de papelão com sinais de esganadura. Foragida desde a data do crime, Silvana tem olhos castanhos e 1,65m de altura.
O significado da Difusão Vermelha
A inclusão na lista vermelha da Interpol não constitui um mandado de prisão internacional por si só, mas funciona como um alerta para as forças policiais de 195 países membros da organização. Quando um indivíduo é incluído nessa lista, as autoridades de todos esses países são notificadas para localizar e deter provisoriamente a pessoa procurada, aguardando um processo formal de extradição.
No caso específico de Zambelli, sua situação se complica pelo fato de possuir cidadania italiana. Muitos países, incluindo a Itália, têm restrições quanto à extradição de seus próprios cidadãos, o que pode criar obstáculos jurídicos para seu eventual retorno forçado ao Brasil.
A presença dessas sete brasileiras na lista da Interpol reflete a diversidade de crimes pelos quais mulheres são procuradas internacionalmente, desafiando estereótipos sobre criminalidade feminina e demonstrando que foragidas da justiça brasileira podem estar em qualquer parte do mundo, independentemente de seu status social ou político.
